Como Calcular uma Reserva de Emergência Adequada à sua Realidade
Já aconteceu com você? O mês nem acabou e você nem viu a cor do dinheiro. Ou então aquela hora terrível em que o carro quebra justo quando seu cartão está estourado. Quem nunca passou por um sufoco desses, não é mesmo? E olha, na maioria das vezes, um dinheirinho guardado resolveria boa parte desse estresse.
Como calcular uma reserva de emergência não é nada complicado, sério mesmo. Você não precisa ser nenhum especialista em finanças ou algo do tipo. O negócio é adaptar tudo ao seu jeito de viver, ao quanto você gasta, ao seu dia a dia. Essa é a parte que muita gente não saca: não existe uma única fórmula mágica que serve pra todo mundo.
Vamos bater um papo sobre isso? Sobre como montar uma reserva que faça sentido pra você, pro seu bolso, pra sua vida. Ter um dinheiro guardado pra emergências não é frescura nem luxo – é mais um tipo de seguro que a gente mesmo faz.
O que é uma reserva de emergência e por que você precisa dela
Bom, pra começar, vamos combinar o que é essa tal reserva de emergência. É aquela grana que você guarda e só vai mexer se o bicho pegar de verdade. Não é pra comprar a TV nova em promoção, nem pra fazer aquela viagem bacana pro litoral. É um dinheiro que fica ali, de canto, pra quando a coisa ficar feia.
E por que você precisa disso? Ora, a vida é cheia de surpresas, nem todas agradáveis. Um dia você tá bem, no outro aparece uma conta médica que você não esperava, o fogão pifa de repente, ou pior – você perde o emprego. Acontece, e acontece com todo mundo.
Quando você tem uma grana separada pra emergências, esses problemas continuam sendo problemas, claro. Mas pelo menos você não vai precisar pedir dinheiro emprestado pro seu tio ou entrar no cheque especial só pra resolver o pepino da vez.
Minha avó sempre falava algo que nunca esqueci: “É melhor ter e não precisar, do que precisar e não ter”. Sábia, ela, né?
Como calcular uma reserva de emergência que faça sentido
Chegou o momento de focar no que realmente importa: como calcular uma reserva de emergência que sirva pra você. Tem algumas maneiras de fazer isso, e vou te contar quais são pra você escolher a que mais combina com a sua vida.
Método dos meses de gastos
Esse é o jeito mais direto. É só você saber quanto gasta por mês pra viver e multiplicar por alguns meses.
Por exemplo: se você gasta R$ 3.000 por mês, e quer ter uma reserva pra 6 meses, a conta é simples: R$ 3.000 x 6 = R$ 18.000
Mas aí vem a dúvida: quantos meses escolher? Depende da sua situação:
- Tem um emprego fixo e estável? De 3 a 4 meses de gastos talvez seja o suficiente
- É autônomo ou freelancer? Melhor ter uns 6 a 12 meses guardados
- Tem família que depende do seu dinheiro? Talvez seja bom ter mais, algo entre 6 e 12 meses
Não entra em desespero se o número final parecer um absurdo! O essencial é dar o primeiro passo, mesmo que seja algo pequeno. Roma não se fez em um dia, né?
Método das despesas essenciais
Uma variação que eu acho até mais realista é calcular só com base naquilo que você não pode deixar de pagar de jeito nenhum.
Nesse caso, você soma só:
- O aluguel ou prestação da casa
- Contas básicas (água, luz, gás)
- Comida
- Transporte pra trabalhar
- Remédios que você usa sempre
- Escola dos filhos (se tiver)
Vamos dizer que essas coisas básicas somam R$ 2.000 por mês. Se você quer uma reserva pra 6 meses, seria: R$ 2.000 x 6 = R$ 12.000
Esse método faz mais sentido porque, vamos combinar, numa emergência de verdade você vai cortar Netflix, ifood e cerveja de final de semana de qualquer jeito, né?
Método personalizado baseado em riscos
Essa é uma forma mais detalhada de calcular. Você pensa nos riscos específicos da sua vida e quanto custaria resolver cada um deles. Por exemplo:
- E se você perder o emprego? Quanto tempo levaria pra arrumar outro?
- Sua geladeira tá meio velha e pode dar o último suspiro a qualquer momento?
- Você ou alguém da família tem algum problema de saúde que pode gerar gastos extras?
- Seu carro já tá pedindo arrego e pode dar um problemão qualquer hora?
Depois, tenta chutar quanto custaria cada uma dessas situações e soma tudo. Esse valor pode te dar uma ideia mais sob medida do tamanho ideal da sua reserva.
Adaptando os cálculos à sua situação financeira
Tá, mas e se depois de fazer as contas você perceber que o valor é um absurdo e parece impossível de juntar? Relaxa, não precisa surtar! O importante é começar de algum jeito.
Se a sua situação tá apertada e você mal fecha o mês, comece com metas bem pequenas mesmo. Guarde R$ 10 por semana, se for o que dá. Parece mixaria, mas em um ano já são R$ 520 guardados. E convenhamos, ter 500 paus quando o gás acaba ou o celular quebra já é melhor que não ter nada, né?
Você também pode começar com uma “mini reserva” de emergência, tipo um mês de gastos essenciais. Depois que conseguir isso, vai aumentando aos pouquinhos.
Ah, e não esquece: conforme sua vida muda, o cálculo da reserva também precisa mudar. Teve filho? Mudou de emprego? Comprou uma moto? Hora de recalcular!
Onde guardar sua reserva de emergência
Não adianta nada calcular direitinho sua reserva e depois enfiar o dinheiro num lugar onde você não consegue pegar rápido quando precisar, né?
A reserva de emergência precisa estar num lugar que tenha três coisas:
- Acesso fácil: você consegue pegar o dinheiro na hora que precisar, sem burocracia
- Segurança: o valor não vai sumir ou diminuir do nada
- Um rendimentozinho: pra que seu dinheiro não perca valor com o tempo
Algumas opções boas são:
- CDB com liquidez diária: geralmente rende mais que a poupança e também dá pra sacar quando quiser
- Tesouro Selic: tem um rendimento legal e você resgata em um dia útil
- Caixinha da Reserva de Emergência Nubank
Evita deixar sua reserva em coisas arriscadas, tipo ações, ou naqueles investimentos que você só pode tirar o dinheiro depois de anos.
Deixar sua reserva em mais de um lugar também pode ser uma boa. Por exemplo, uma parte na caixinha do Nubank pra acesso imediato e outra parte em um CDB pra render um pouco melhor.
Equívocos comuns ao calcular a reserva de emergência
Muita gente acaba vacilando na hora de calcular e guardar sua reserva. Vamos conferir quais são os principais erros para você não se dar mal com eles:
Subestimar os gastos reais
Um erro comum é não contar todos os gastos quando faz as contas. Aquela assinatura do Disney+, o cafezinho todo dia, a saidinha de sexta… Isso tudo soma no final do mês!
Por isso, é importante ter noção real do quanto você gasta. Uma dica maneira é olhar seus extratos dos últimos três meses pra ter uma média mais real.
Confundir reserva de emergência com outros objetivos
Como falei lá no começo, reserva de emergência não é pra realizar sonhos. Muita gente acaba usando esse dinheiro pra comprar algo que tá querendo muito ou fazer uma viagem. Aí, quando a emergência chega de verdade, cadê o dinheiro?
Pra evitar essa confusão, tenha contas separadas pra objetivos diferentes. Uma pra emergências, outra pra viagem, outra pra entrada do carro…
É importante revisar o valor de tempos em tempos
Sua vida muda, seus gastos mudam, então o tamanho ideal da sua reserva também muda! Um erro comum é calcular uma vez e esquecer do assunto.
Dá uma revisada na sua reserva pelo menos uma vez por ano ou sempre que acontecer alguma mudança grande na sua vida.
Construindo sua reserva aos poucos
Criar uma reserva de emergência em 6 meses pode parecer um bicho-papão quando você vê o valor final. Mas, como diz aquele ditado cabeça, “a gente come o elefante em pedacinhos”.
Umas dicas pra conseguir juntar sua reserva sem passar perrengue:
- Automatize o negócio: programe uma transferência automática pra conta da reserva no dia que cai seu salário. O que os olhos não veem, o coração não sente!
- Usa aquela regra do 50-30-20: 50% da sua grana pra coisas que você precisa, 30% pra coisas que você quer e 20% pra guardar
- Dá uma olhada nos gastos desnecessários: aquele plano de celular caro demais, a academia que você mal pisa, o streaming que você esqueceu que assina… Cortar essas coisas pode ajudar a guardar mais
- Use dinheiro extra: 13º, férias, restituição do IR… Essa grana que não faz parte do seu orçamento normal pode ir direto pra reserva
- Comemora cada pedacinho: quando você chegar a 1 mês de reserva, comemora! 2 meses, comemora de novo! Cada conquista pequena faz com que a gente não perca o ânimo.
Lembra: o importante é começar. Mesmo que seja guardando 50 reais por mês, você já tá no caminho certo.
Como calcular uma reserva de emergência para diferentes tipos de pessoa
Cada um tem uma vida diferente, né? E é importante adaptar o cálculo da reserva pro seu jeito. Vamos ver uns exemplos:
Para quem tem salário fixo
Se você é CLT ou funcionário público, sua renda tende a ser mais certinha todo mês. Nesse caso, uma reserva de 3 a 6 meses pode dar conta do recado. Você também tem FGTS e seguro-desemprego se for mandado embora sem justa causa.
Para autônomos e freelancers
Se cada mês você recebe um valor, o ideal é ter uma reserva maior, algo entre 6 e 12 meses de gastos. Isso porque, além do risco de ficar sem trampo, você também lida com a possibilidade de ter meses mais fracos.
Para quem tem família
Quando tem gente dependendo do seu dinheiro, a responsabilidade é maior. Se você tem filhos ou sustenta seus pais, por exemplo, pensa numa reserva de pelo menos 6 meses, melhor ainda se chegar perto de 12 meses.
Para quem está dando os primeiros passos na carreira
Jovens que acabaram de entrar no mercado de trabalho podem começar com uma reserva menor, de 3 meses, e ir aumentando conforme conseguem mais estabilidade.
Lembra que isso tudo são só ideias gerais. Você conhece sua vida melhor que ninguém e pode adaptar essas sugestões do seu jeito.
Conclusão: Sua reserva, suas regras
Como calcular uma reserva de emergência é algo bem pessoal. Não há uma solução mágica que funcione para todas as pessoas. O importante é entender as ideias básicas que a gente conversou aqui e adaptar pro seu jeito de viver.
O valor ideal da sua reserva vai depender de várias coisas: seu emprego, seus gastos, quantas pessoas dependem de você, seus riscos específicos e até mesmo o quanto você fica ansioso quando o assunto é dinheiro.
Tem gente que não dorme direito se não tiver uma reserva gordinha, enquanto outras pessoas ficam tranquilas com menos. E tá tudo bem! O que importa é você se sentir seguro.
Começa hoje mesmo a construir sua reserva, mesmo que seja guardando uma merreca. Com o tempo e um pouco de teimosia, você chega lá. E pode apostar: quando a primeira emergência aparecer (e vai aparecer, mais cedo ou mais tarde), você vai agradecer por ter dado esse passo.
Sua paz de espírito com dinheiro começa com esse planejamento simples, mas poderoso. Afinal, como o povo diz por aí: “dinheiro não traz felicidade, mas traz sossego”. E sossego não tem preço!
Pontos-Chave
- A reserva de emergência é um dinheiro guardado só pra situações inesperadas e urgentes
- O cálculo mais comum é multiplicar seus gastos mensais por alguns meses (3 a 12, dependendo da sua vida)
- Você pode calcular com base em todos os gastos ou só nas despesas que não dá pra fugir
- O valor ideal muda conforme seu emprego, número de dependentes e riscos específicos
- A reserva deve ficar num lugar fácil de sacar, seguro e que renda pelo menos um pouquinho
- Comece com metas pequenas e comemore cada passo
- Dê uma revisada no valor da sua reserva pelo menos uma vez por ano
- Não junte sua reserva de emergência com outros objetivos financeiros
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Qual o valor mínimo pra começar uma reserva de emergência?
Não existe valor mínimo. Comece o quanto antes, mesmo que seja com 10, 50 ou 100 reais por mês. O hábito de guardar dinheiro regularmente é mais importante que o valor.
2. Posso usar minha reserva pra aproveitar uma oportunidade de investimento?
Melhor não. A reserva de emergência tem um objetivo claro: te proteger quando você precisar. Pra investimentos, cria um fundo separado. Para esclarecer essa dúvida leia o post: Onde Deixar a Reserva De Emergência
3. O que faço depois de juntar o valor que calculei?
Depois de chegar no valor ideal, você pode mandar esse dinheiro pra outros objetivos, como investimentos de longo prazo. Só não esquece de revisar o valor da reserva de vez em quando.
4. Vale mais a pena guardar uma quantia maior ou aplicar esse dinheiro?
Equilibra os dois. Primeiro, faz uma reserva do tamanho certo pra você. Depois, com o dinheiro que sobrar, começa a investir pra outros objetivos.
5. O que é considerado “emergência” pra usar esse dinheiro?
Emergências são coisas que você não esperava e que são urgentes mesmo, tipo problemas de saúde, desemprego, consertos necessários em casa ou no carro, ou qualquer gasto surpresa que não dá pra deixar pra depois.
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